sobre ele.



Olá. Sabes, nestes dias mais cinzentos lembro-me de ti. Parece estranho, porque sempre deste cor aos meus dias, mas a verdade é que me lembro como se fosse hoje daquele dia em que te conheci. Estava um frio de rachar, era uma quarta-feira de um dia de Inverno bem cerrado, em que do nada apareceste tu. Estavas no meio das pessoas e eu no meio do meu grupo. Nem estava a olhar naquela direção, mas depois de te ter olhado para ti, lembro-me bem de ter comentado com elas: "Olhem aquele sorriso, até fiquei paralisada." Elas riram-se e nunca podiam imaginar o que viria depois disso. Na verdade, ninguém podia, nem nós. Depois de ter continuado na minha vida, acabei por entrar no bar mais perto, após a chuva ter voltado com intensidade. E ali estavas tu, outra vez. A fazer rir os que estavam contigo e a curtir a tua. Acho que sempre admirei isso em ti. O facto de estares no teu Mundo, seres tu mesmo e não dares valor ao que os outros pensam. Sempre me deste na cabeça por ligar demasiado ao que os outros pensam e  por vezes me esquecer da essência que me caracteriza. Mas, voltando a essa noite. Não sei se ironia do destino ou não, mas quando me aproximei do bar, vieste parar ao mesmo sítio onde eu estava. As minhas amigas faziam-me sinais para falar contigo, e tu, no teu Mundo nem te apercebeste desse momento. Foi engraçado olhar para ti e sentir que havia ali alguém diferente, que valia a pena eu conhecer. Por norma não me costumo enganar muito nestas coisas. Senti que tinhas algo que me cativava, talvez pela forma feliz como estavas na sala e como a enchias com essa luz. Depois de pedir a bebida, tu já tinhas pegado na tua, mas voltaste para trás e embarraste em mim. Na altura fiquei com cara de poucos amigos e tu, todo atencioso, vieste perguntar se eu estava bem. Perguntaste-me o nome e disseste que era o mesmo do teu avô. E do nada, estávamos ali a falar do que fazíamos, do que tínhamos estudado e do porquê de estar naquele lugar. Pouco tempo foi necessário até juntares o teu grupo com o meu, até as minhas amigas falarem com os teus amigos e estarmos ali todos juntos, como se nos conhecêssemos há muito tempo. A noite foi incrível, dancei como há muito não fazia e passei a noite a rir-me das piadas que contavas. Sabes que metade delas nem tinham graça, mas tu tinhas a maior graça do Mundo quando falavas para nós. E eu fiquei rendida a isso. Mas, e como é costume meu, estava para vir embora e dizer adeus, sem sequer ficar com algo mais do que o nome, ou a história que me tinhas contado. Até que quando peguei no caso e me estava a dirigir para a saída, tu perguntaste se não me tinha esquecido de nada. No meu tom, tão meio brusco e envergonhado, disse que achava que não, mas que não tinha a certeza, por ser tão despistada. Disseste que faltava pelo menos trocarmos os números de telefone, e eu sorri. Lembro-me de pensar que eras uma pessoa de sorte porque se fosse noutra ocasião, jamais o faria. Mas, sabes? A pessoa de sorte a partir desse dia fui eu. Não sabia o que esperar, não sabias se ias falar comigo, nem quando. Mas a verdade é que no dia a seguir, por volta da hora do almoço, o telefone tocou e eras tu. A perguntar se tinha chegado bem, se tinha planos para aquele dia e que tinhas gostado de me conhecer. E a partir daí tudo mudou. Desde os passeios na marginal do Douro, às idas aos cafés comer aqueles bolinhos de que tanto me falas ainda hoje. Acho que na nossa vida nada nem ninguém aparece por acaso e tu vieste na altura certa, mostrar-me o quão bom são estes encontros inesperados. Há pessoas que nos aparecem para completar, para nos mostrar o quão bom é partilhar histórias juntos e o quão sabe bem ser simples mas verdadeiramente felizes. A tua essência completou a minha e fez-me ver que se a vida já era boa antes de te conhecer, depois fico mais mágica. E a história, encontro estivermos por cá, há-de continuar a ser acrescentada com mais linhas. Até já ...

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