sentimentos.

 



Olá. Vir aqui escrever passado tanto tempo sobre isto, é como voltar a abrir a página de um livro antigo, cujo final estamos fartos de conhecer. O telemóvel vibra às quatro da manhã. Mal podia esperar que fosse uma chamada tua. Faz tempo que não te ouvia, faz tempo que deixei a nossa história onde ela deve estar: guardada numa gaveta. Não te vejo desde o dia em que te fui levar ao aeroporto e até hoje, não sei como consegui. Sempre elogiaste a minha forma de lidar com as situações e com os meus sentimentos, mesmo que nem sempre os tenha sabido demonstrar muito bem. Acho que nos bastava o facto de saber que nos conhecemos e que entre nós a sinceridade sempre falou mais alto. Quando me ligaste, fiquei sem reação. Como se aquele momento tivesse vindo a fazer-me relembrar toda a história que vivemos e que eu deixei lá para trás, num passado que já não volta. Ouvir de novo a tua voz foi como se me dessem um reconforto extra, uma injeção de algo que não sei explicar. Fiquei horas acordada a pensar naquela chamada e em nós. Sobre tudo o que faz tempo deixei de lado mas nunca se apagou. Eram já quase 8h da manhã quando desliguei a luz. Tentei não pensar mais, tentei voltar a fechar a gaveta, desta vez dando duas voltas à fechadura. Pus o meu coração lá dentro e deixei-te ir. Como se algum dia fosse capaz.

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