sobre a vida.



Olá. Sabes, estes tempos andam tão difíceis que cada vez tenho mais vontade de escrever para ti. Nunca sei ao certo por onde começar este texto porque uma história de tantos anos dava um belo conto, mesmo que não seja de fadas. Às vezes olho para trás e vejo o que alcancei este ano. Pergunto-me se ficarias feliz por mim, por finalmente ter conseguido algo que sempre quis e que tu tanto insististe para que eu o fizesse. Há dias em que ainda tenho vontade de pegar no telemóvel e ligar, mesmo sabendo que do outro da linha não estará ninguém. Custa que ao fim destes anos não estejas aqui, a celebrar comigo as minhas conquistas e eu as tuas. Mas a vida ensina-nos que as pessoas de quem mais gostamos são as primeiras a ir. Acho que desde o dia que fechei o nosso livro, aprendi a não contar tanto com ninguém. É curioso como uma pessoa nos pode mudar tanto e ensinar tanto. Foste a prova de que nem sempre as coisas são como deveriam ser e que quando menos esperamos, algo pode fugir das nossas mãos, sem que tenhamos o controlo das coisas. Nunca me vou esquecer de tudo o que me ensinaste, mesmo com essa forma bruta de dizer as coisas e nunca vou apagar todas as viagens que fizemos, as vezes em que chorámos lado a lado pelas pessoas de quem gostávamos na altura. Não me vou esquecer das conversas que entre nós nunca tinham fim. Acho que foste a única pessoa a conhecer-me melhor do que eu mesma, que sabia interpretar todos os sinais e todos os olhares. Por mais rumos que tomemos há muitas coisas que não se apagam: as memórias, as aventuras, tudo aquilo que foi bonito e verdadeiro. Acho que o livro da nossa vida será sempre assim: cheio de histórias, de chegadas e partidas, mas acima de tudo cheio de lições. E se não fossem elas, nada disto valeria a pena. Que as aprendizagens sejam sempre o melhor que temos e que a vida nos dê lições para que possamos crescer e ser melhor a cada dia que passa. Esse, para mim, será sempre o maior sentido da vida.

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