mudanças no tempo.


Olá. Hoje estava a beber o meu chá, enquanto olhava lá para fora. Os dias vão passando e os meses também e a nossa vida continua em stand-by, sem sabermos ao certo que rumo vamos seguir. Os nossos sonhos foram adiados, os relógios contam as horas que parecem nunca mais acabar, os medos vão sendo cada vez mais comuns e o sorriso vai desparecendo, escondido na incerteza da vida, que não nos traz as respostas que mais queríamos. Só tento pedir às estrelas que tudo isto acabe o mais depressa possível, para as crianças que nasceram recentemente possam ver a vida como ela é. Sem máscaras, sem os sorrisos tapados e com as pessoas a saborear os momentos, juntas. Não sei ao certo o que mais falta me faz, mas posso-vos dizer que as pessoas são sem dúvida uma dessas coisas. Sempre fui habituada a estar rodeada de gente, a ter um café depois do jantar e um lanche a meio do dia, sempre gostei de ter os amigos perto, para os visitar a qualquer hora do dia e, acima de tudo, sempre gostei de poder ir para todo o lado, sem que houvesse qualquer tipo de restrições ou proibições. Mas hoje sei dar mais valor à vida. Dou ainda mais valor às viagens que fiz e às pessoas com quem me cruzei, dou mais valor ao que é viver, no verdadeiro sentido da palavra. Infelizmente vi-me obrigada a reduzir drasticamente o número de pessoas com quem convivo, agora ainda mais. Mas isso também me fez ver que há amizades que mesmo estando um ano longe, nunca perderão o significado e muito menos a genuinidade. Não me importava de estar assim mais uns meses, se soubesse que no Verão todo este filme tinha acabado. Dava tudo para acelerar o relógio para chegar ao dia em que as máscaras ficaram para trás, o maldito vírus morre e eu possa apanhar o primeiro avião e ir ver a minha família. Mal posso esperar pelo dia no qual vou poder abraçar os amigos de quem já estou há muito afastada, ou até pisar um bar e ficar a dançar até de madrugada. Não tenho palavras que possam descrever a falta que me faz ir ao futebol, ver os meus amigos no estádio e brindar à vida. Mas também acredito que um dia tudo passa e que o mal não dura para sempre. Que sejamos fortes para acabar com isto de uma vez e que possamos, aos poucos, voltar ao nosso normal. Que a esperança nunca se esgote e que o Amor, de nós para os outros e dos outros para nós, seja sempre a maior salvação nestes dias intermináveis. Que sejamos os maiores contribuidores para o fim disto e que no Verão já possamos encher as esplanadas, a dançar ao som de uma bela música e a brindar à vida de copo na mão e de sorriso no rosto.

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