Olá. Sei que estes dias não têm sido os melhores. Que estarmos em casa fechados por causa de algo com o qual nada temos a ver custa profundamente. Dizem-nos e bem para nos mantermos ocupados. Mas chega um dia em que até o estar ocupado a fazer o mesmo de sempre cansa. Sou o tipo de pessoa que não gosta de estar muito tempo num só lugar. Como um passarinho, que gosta de voar e precisa de se sentir livre. Sempre gostei de estar com pessoas. Do calor de um abraço. Da alegria de uma festa. Da partilha de momentos com os outros. Gosto de viver. Sentir que estou presa sempre me fez confusão. Sinto falta das coisas mais simples. De uma simples ida à minha confeitaria nem que seja só para ver amigos. A vida ensinou-nos que tudo passa tão depressa. Que não podemos dar nada como garantido. Estes dias estava a falar com uma amiga e ela contou-me que nesta fase se sente mais sozinha. Falta aquele contacto com as pessoas de quem gostamos. Aquele à vontade para estamos a falar perto uns dos outros e não a dois metros de distância. Mas este tempo também serve para nos reiventarmos. Para usar o que de melhor temos e aperfeiçoar outras coisas menos boas. Dediquem-se a quem gosta de vocês. Se durante esta quarentena não receberam aquela chamada ou aquela mensagem da tal pessoa, pensem que só devemos dar importância a quem nos dá também. Porque uma chamada ou uma mensagem ocupa 30 segundos do nosso dia e pode fazer toda a diferença na vida de alguém. E se alguém não nos procura como gostaríamos, o problema não é nosso. Gostem de vocês acima de tudo e pensem sempre que o dia de amanhã será sempre melhor. Não tarda estamos a abraçar-nos de novo e a entrelaçar as mãos uns dos outros como se nunca nos tivéssemos largado.
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