lessons.

Queria escrever-te, mas depois de tanto tempo, acho que ainda não consigo. Não sei onde estás, nem o que fazes da vida agora. Ainda assim, acho que nunca aprendi tanto com ninguém como aprendi contigo. Fizeste com que aprendesse coisas de mim que nem eu mesma sabia. Fizeste-me duvidar de palavras, gestos e sorrisos. Fizeste-me perceber que tudo o que começa acaba e que nem sempre o amor dura. Fizeste-me mais forte do que alguma vez pensei que conseguia ser. Graças a ti, hoje estar sozinha já não me assusta mais. É sábado à noite e eu estou aqui a escrever isto, num quarto que outrora fora meu, mas que agora já não me pertence mais. Não sei ao certo se tenho saudades tuas. Acho que nunca cheguei a conhecer-te. As pessoas mudam e fazem-nos mudar com elas. Fizeste-me abrir os olhos para o Mundo e ver a realidade como eu nunca quis ver. Talvez porque achei que aqueles abraços de domingo à tarde fossem durar para sempre. Mas nada dura, nem mesmo nós. Ou tu e eu, para ser mais precisa. Talvez agora estejas a descobrir o Mundo, tal como noutro tempo descobri eu. Sei que a vida não está fácil para ninguém, mas contigo aprendi a não baixar os braços e a lutar pelo que realmente quero. Fizeste-me ver que ninguém é insubstituível, nem mesmo eu. Que todas as pessoas vêm com um propósito e não as podemos obrigar a ficar. Pedir-te para ficar, seria como prender-me a uma corda que me empurra para um fundo sem saída. Talvez tenhas sido o enigma mais bonito que tentei decifrar. Mas há coisas que nós não conhecemos e que nunca vamos conseguir explicar. Ensinaste-me que nem os olhos dizem as verdades. Muitas vezes, eles só parecem ter a resposta que nós queremos ouvir e que procuramos. E tu tinhas tudo isso, todas as respostas às minhas perguntas, todas as soluções para os meus problemas. Mas hoje és apenas mais uma história de um livro, que ainda agora comecei a escrever. E que não faço ideia, de quando irá acabar.