efemeridade



Há músicas que nos ficam na memória e pessoas que nunca nos saiem do coração. Tenho saudades daqueles tempo em que sentia que a vida era simples. Era só brincar e tudo à minha volta funcionava na perfeição. Hoje já nada é assim. Entre metros e autocarros, todos os dias tenho que me cruzar com pessoas que não fui eu que escolhi que entrassem na minha vida. Por um lado, ainda bem que algumas entraram. Mas por outro, nem por isso. Há sempre pessoa completamente diferente de nós. O que é bom, porque não podemos ser todos iguais. Mas por vezes é mau porque chocamos muito com os outros. Lembro-me que no secundário as coisas não eram tão assim. Que podia passar em todos os corredores e não havia um único no qual não desse um sorriso a alguém. Um sorriso verdadeiro que me fazia dizer aquela pessoa que à minha maneira, gosto dela..quer ela esteja muito presente na minha vida ou pouco. Há pessoas das quais nunca nos esquecemos, mesmo que estejam longe de nós. Aprendi que às vezes o estar longe não significa em termos de km's mas sim em corações. Porque por vezes a distância é de uns metros mas os corações estão mais separados e longe do que nunca. Tenho saudades de pessoas. Ainda assim, não lhes digo. Não me lembro de quando fui a última vez que disse em voz alta ter saudades de alguém. Aquelas saudades que nos fazem pensar nas coisas e na efemeridade da vida. Ainda assim, gosto de olhar para trás e de lembrar-me de cada pessoa que entrou na minha vida e daquelas que nunca deviam ter feito parte da minha história. Mas afinal, a vida é mesmo assim. Um comboio cheio de emoções, que nunca nos permite saber qual é a próxima paragem. 

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