silêncio*


Há dias nos quais a única coisa que te acalma, é o silêncio. O silêncio de uma casa vazia, na qual podes ser o que quiseres. Um silêncio que te ajuda a ouvir o coração e repousar a cabeça. Um silêncio que vale por dias a fio nos quais foste obrigada a ter de estar nos mesmos sítios, sempre na companhia das mesmas pessoas. Chega a um dia no qual isso cansa. Que precisas de voltar a ti e ao teu espaço, de apenas seres tu e o teu Mundo. Hoje estou num desses dias, embora saiba que isso não vai durar muito. Daqui a nada, tudo começa. Começam as viagens de autocarro, as de metro e a confusão. Aquela confusão que te faz ter vontade de largar tudo e ir para longe. Daqui a uma semana, estou em Esposende. Como sempre, mal posso esperar para que isso aconteça. Preciso de respirar outro ar, de ver outras caras, de ver o mar e a minha praia. De me sentir bem comigo mesma e de ganhar forças para enfrentar situações que se encontram no meu dia-a-dia. Às vezes é bom afastarmo-nos por uns tempos, largarmos o que temos e ir à procura daquilo que realmente precisamos. Há dias nos quais sentimos um sufoco enorme, como se estivéssemos a ser engolidos por uma onda gigante, na qual andamos sempre às voltas e não sabemos onde vamos parar. Estou a precisar de sair da rotina, de fazer coisas diferentes, de voltar a tirar fotografias e de abraçar o nada. Daqui a uma hora já tenho de estar pronta, de trocar esta camisola de carapuço e sapatilhas, por um vestido e umas botas. Definitivamente, os tacões, não são para mim. Gosto de me sentir bem e não só de parecer bem. Não vivo de aparências e repugno quem o faz. Daqui a uma semana tudo estará bem outra vez. Até lá resta-me (sobre)viver.

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