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Hoje, no meio de uma das minhas caminhadas cruzei-me com a a tua mãe. Faz tempo que já não a via e que já não me lembrava das coisas que aconteceram connosco. Hoje lembrei-me de algumas coisas, se bem que nada disso interfere com alguma coisa que se relacione comigo agora. O tempo passou de tal forma que os nossos se passos diferenciaram ao ponto de já não te ver há bastante tempo. Provavelmente a última vez que nos cruzamos foi numa daquelas festas malucas em que estavas tu com eles e eu com elas. É bom rever-te e reparar que continuas o mesmo puto de sempre. Espero que a essa hora já tenhas crescido e mesmo estando sem ninguém a teu lado, tenhas percebido que a vida é feita pelas escolhas que fazemos e não por aquilo que os outros escolhem por e para nós. Gostei de ver a tua mãe e de saber que os teus irmãos estão cada vez mais crescidos. Ainda me lembro da forma como eles espalhavam os brinquedos pela vossa casa e da forma como o teu pai os tratava. Porém, nada disto me faz ter saudades tuas ou sentir a tua falta. Faz-me sim perceber que não podia estar melhor do que estou agora e que o facto de te teres cruzado na minha vida, apenas influenciou para que ela tivesse a continuação que teve agora. Fizeste anos este mês e penso que esta foi a única vez que me esqueci do teu aniversário. Não é que me tenha de justificar por alguma coisa porque não tenho mas não gosto de me esquecer destas coisas, em relação a ninguém. Espero que as coisas te estejam a correr tão bem como estão a mim e que mais tarde ou mais cedo outro alguém possa ocupar esse teu coraçãozinho de manteiga. Sabes, o tempo em que estivemos juntos ensinou-me muita coisa e agradeço-te por isso. E é bom saber que mesmo depois de tudo a tua mãe me continua a tratar da mesma forma e que lá em casa ninguém se esqueceu de mim. Se algum dia leres este texto, fica ciente que não veio a mudar nada. Já há muito que nada nos pode ligar e também não faria sentido que algo o fizesse. Até sempre, R*