o tempo passa*

É... e faz mais uma vez hoje um ano que a história se repete mas com a diferença de que amanhã de manhã não vou receber uma mensagem tua a pedir-me desculpa e a dizeres que não queres estar assim comigo. Sabes? Por mais que o fizesses agora - o que é de todo impossível - eu já não iria querer saber. Nós os dois não encaixamos nem fomos moldados à medida um do outro. Aprendi com o tempo que por vezes temos de aceitar o que a vida nos dá, sem podermos sequer pensar no porquê disso. Eu sei que ainda te lembras de mim e que à tua maneira, hás-de-te sempre lembrar. Sei que pensas em mim quando abres o armário e vês aquelas camisolas, que outrora o meu corpo vestira e sei que te lembras sempre que olhas para o puff do teu quarto e te ris pelo facto de eu o adorar. Percebi também que há coisas que nós nunca vamos saber explicar e há atitudes que nós nunca vamos conseguir traduzir. Não quero fugir mas é bem mais fácil não ter de olhar para ti quando te vejo a passar porque desde que te conheço, ainda não entendi o que me queres dizer com esses olhares que tanto mostram, sem querer, que sentes a minha falta como fazem com que me afastes, sem te dares conta disso. Tu agora não precisas de mim, cresceste e voaste...e já não há nada que esteja a meu alcance fazer para te ver sorrir. Talvez tenha mesmo de ser assim, de nós dizermos adeus um ao outro e fecharmos portas, que insistíamos, desnecessariamente, em manter abertas. E eu quero, do fundo do meu coração, que tu estejas com alguém que te cuide e te trate bem, da forma que sempre quiseste e que na verdade, sempre mereceste. Já não me dizes nada e por mais que a nossa história todos os dias mude, mais um bocado vais ser sempre das melhores coisas que eu tive na minha vida e das que mais boas recordações guardo. Continua tal e qual assim, a seguir o teu caminho, sem precisares de mim, que eu cá já estou mais do que habituada a estar bem e a permanecer de pé, longe de algo que se relacione a ti.