e chega o dia, em que há o tal ponto final.

Há olhares que nos dizem tudo e no entanto, há aqueles que não vamos saber decifrar, nem entender. Aqueles que são como uma caixinha de segredos, misteriosos e profundos, cujas características nunca nos são reveladas. Talvez as coisas entre nós sejam sempre assim, sem motivo aparente que possa explicar as atitudes que inconscientemente vamos tomando. É...a vida ensinou-me que nem sempre os teus olhos me explicam tudo. Que há muito para saber e muito que escondes atrás do que fazes. Provavelmente nem forma há de eu mesma entender isto. De perceber o que me queres dizer sempre que olhas quando me vês, ou que pretendes mostrar sempre que baixas a cabeça quando passas por mim...ou, sem te dares conta disso, olhas de tal forma que parece que nada mais está à tua frente. Acho que os nossos capítulos nunca chegaram a ser encerrados, porque no final, se formos a contar bem, há sempre mais pontos e vírgulas e reticências do que propriamente pontos finais. Quero-te bem...aquele bem que só eu sei como te dar. Aquela preocupação que só eu sei ter contigo e aquelas atitudes que só nós sabemos ter um com o outro. Não precisas de ouvir mais palavras da minha boca e decerto tão cedo não o irás ouvir. O jogo mudou, agora os dados estão lançados e já é tarde demais para voltar atrás. Não quero que voltes, nem tu nem eu. Quero que olhes em frente sempre que me vejas e que, tal como eu, finjas que nem lá estou. Quando o destino nos separa e nos junta eu acredito em nós. Mas quando não quero que ele nos junte, deixo de acreditar que isto algo vez irá ter retorno possível. Deixei de acreditar em ti, exactamente no dia em que as coisas más começaram a ser consecutivas. Eu não preciso de ti na minha vida e já estava mais do que na altura de teres ido embora. Agradeço-te, desde já, pelo facto de o teres feito sem qualquer palavra ou ordem minha. Assim espero que continues...até sempre.