tal e qual.

Falam-me do Amor, dizem-me que por mais duro que ele seja e por mais sofrimento que traga faz bem à alma e faz crescer o tamanho de um coração. Eu não acredito que ele exista, acredito que as pessoas cuidam umas das outras, pelo carinho que dão e pela forma como se tratam. E também não acredito no Para Sempre ou no final feliz com o qual todos sonham. Sou mesmo assim, não amo e quando calha de me apaixonar, faço os possíveis para que não seja apercebido mesmo se o sentimento for mútuo. Poucos são os que me entendem e quase nenhuns são os que me conhecem. Com o tempo, eu fui aprendendo que não nos podemos nem devemos prender muito às pessoas, nem às coisas. Nunca é demais dizermos a alguém o quanto gostamos dessa pessoa mas temos de ter cuidado para que essas palavras não sejam entendidas com um sentido errado. Eu baseio-me em olhares e não acredito nessas frases que todos tendem a deitar da boca para fora, em vão. Um olhar diz-me a que ponto a pessoa é sincera e o que às vezes a boca não diz, os olhos mostram. Os olhos falam mais do que os textos bonitos e cheios de palavras caras porque por mais forte que um olhar seja, é sincero. A vida todos os dias dá voltas e faz-nos aprender coisas que nós pensamos que só iriam acontecer aos outros. A verdade é que a gente apaixona-se, a gente ilude-se e a gente sofre mas também a gente cresce e amadurece. Já não deixo ninguém tocar no meu coração e poucas são as pessoas que ainda têm ou assumem algum papel na minha vida. Todos temos as nossas histórias e os nossos mistérios; os nossos sonhos e as nossas ilusões. Eu já me apaixonei por um sorriso e já chorei por uma forma de olhar. Agora já nada me afecta, nem incomoda. Isso deixou de acontecer a partir do momento no qual fechei uma porta para o Mundo e abri outra só para mim. Preocupo-me com aquilo que merece e com o que não vale a pena, deitei fora. Não adianta chorar sobre algo que não tem retorno possível e muito menos vale a pena insistir em algo que não tenha futuro. Há pessoas que, apesar de tudo, não são feitas à nossa medida, nem têm a mesma visão de como as coisas são, como nós. Há quem reaja a tudo por impulsos e há quem se cale, com medo de falar. Eu já não tenho medo de nada e nem tenho nada a perder. O que tinha para perder, já perdi e o que tinha para conquistar, já conquistei. Nada é meu, nada é de ninguém, ninguém se pertence. As pessoas têm a mania de lamentar as coisas e de achar sempre que a vida acabou, mas mal elas sabem como um coração partido não é nada como o sofrimento de alguém que não tem condições para viver. E quanto às paixões, há que saber moderá-las e vive-las de forma a que mais tarde possamos tirar o melhor proveito disso...quer tenham sido elas fáceis ou dolorosas. Na vida, nada é fácil, nem duradouro. Pensamos que temos tudo...acabamos por perceber que nunca tivemos nada. Já não me agarro a recordações nem a planos que idealizei ao pormenor, agora apenas me contento com a vida que levo e com aquilo que pretendo fazer com aquilo que sei que posso contar. Nunca é tarde para mudar a nossa vida, só há que sabê-la guiar pelo caminho certo que na maioria das vezes, nunca é o mais fácil.