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Sabem quando queremos escrever e não nos ocorre nada? Quando queremos dizer algo a alguém e ainda assim, nos faltam as palavras certas? Ou quando damos por nós a querer dizer tanta coisa, que acabamos por não dizer nada? Hoje é um desses dias. Queria voltar a falar sobre o facto de haver coisas indescritíveis e imperceptíveis. Queria dizer o quanto estou feliz por cada um de nós ter encontrado a sua direcção e o quanto é bom, ver-te sorrir, ainda que nem dês conta de que de longe, te estou a observar. Tão cedo não me vais ver...porque eu não quero e porque sei que é melhor assim. Não adianta andarmos sempre nisto...sempre a mudar as coisas para que o que nos une, nunca acabe. E se já tiver acabado e apenas nós não nos tivermos dado conta disso? E se mudamos um com o outro de tal forma que agora a vida já não nos queira do mesmo lado? Já pensaste que tudo isto que aconteceu e nos está a acontecer só serviu e serve para nos testar? Ou que talvez nós sejamos os culpados por achar que ainda pode vir a dar certo. Sabes, desta vez sinto mesmo que não vai...sinto que por mais preocupação que tenhas tu comigo e por mais carinho que eu tenha contigo, nada vai voltar ao mesmo. Afinal, isto acaba sempre por acontecer e connosco não foi excepção. Habituamo-nos sempre ao que nunca vai ser nosso...porque na verdade, nada o chega mesmo a ser. Devíamos ter-nos poupado aos textos e às palavras bonitas; aos sorrisos e aos abraços; às lágrimas e às discussões. Não nos devíamos ter chegado tanto um ao outro para que dessa forma nunca possam haver aquelas saudades, que ambos sentimos, mas que a boca não o diz. O tempo já foi o nosso maior aliado e agora é o nosso maior traiçoeiro. Eu quero que continues aí, desse lado da vida a ser feliz e aprender o que o Mundo ainda tem para demonstrar. Não penses mais em nós, deixa que o espaço e o tempo se encarreguem de nos afastar e deixa que as recordações, se apaguem, cada uma por sua vez. Não há mais nada a fazer por nós, na verdade, nunca houve...só poderíamos estar com a cabeça bem atrapalhada, para alguma vez acharmos isso. Tu sabias que mais tarde ou mais cedo isto iria acabar por acontecer, sabes que o contacto ia deixar de existir e que nada mais haveria para dizer. E chegou mesmo esse dia. Faz-me um favor, mas principalmente a ti próprio : não esperes mais por mim.