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Já passou uma semana, desde a última coisa que te escrevi. Espero, sinceramente, que te tenhas divertido tanto no Carnaval como eu e que tenhas estado com todos aqueles de quem gostas e que também gostam de ti, como eu estive. Durante estes dias, nem tu falaste comigo, nem eu falei contigo. Não é que isso me tenha afectado, porque não o fez. Apenas gostava que as coisas entre nós fossem diferentes. Eu ainda estou em Esposende e parto mais ao menos daqui a meia hora. Gostava que te tivesses dado ao trabalho de me perguntar como correu a viagem para cá e de me desejares uma ainda melhor no regresso. Mas eu conheço-te tão bem, que já prevejo que não o vais fazer e prevejo também, que a próxima vez que falarmos, vamos estar os dois acompanhados por outro alguém qualquer e vamos fingir que não sentimos saudades um do outro. As coisas sempre foram e sempre vão ser assim, entre nós. Toda a gente que nos rodeia sabe da nossa história; mas no entanto, ninguém sabe como ela ainda hoje nos marca desta forma. Apesar de não termos falados estes dias; continuei a receber notícias tuas e aposto que nem te passa pela cabeça como. Eu li coisas que não queria; vi conversas que não gostava; mas talvez tenham sido elas mesmos que me fizeram perceber de que não vale a pena eu esperar por sinais que finges que um dia eu vou receber. Passou este tempo todo e eu ainda continuar a gostar de ti. Continua a ignorar-te e a fingir que não me dizes nada; quando no fundo, o que mais quero, é estar do teu lado. E tu continuas igual. Sempre a dar-me toda a atenção do Mundo, ainda que os meus ciúmes façam de conta que isso não acontece.  Eu queria ficar indiferente quando te vejo a falar com elas, mas não consigo. Queria que isso não me afectasse, nem me deixasse irritada, mas não consigo. Queria que as coisas entre nós fossem ainda melhores, mas também não faço nada para que isso aconteça. Muito pelo contrário. Enquanto que tu passas a tua vida à minha volta a demonstrares que me adoras e que precisas de mim; eu passo os meus a fazer de conta que não te vi e a mostrar-te que não estou importada com o facto de não saber de ti. Sinceramente, acho que não há muito mais para dizer. Até porque os sentimentos, esses, falam e dizem muito mais do que outra coisa qualquer, ainda que, por vezes, ou quase sempre, as atitudes os contrariem.