en(fim)

Estes dias têm-me feito perceber o quão mudado estás. A pessoa que eu conheci, já não assemelha nem por sombras a quem és agora. Tenho tanta pena, sabes? Tenho pena que tenhas ficado tão diferente, de tal forma a eu já não ser capaz de traduzir o que os teus olhos sempre me pediram. Estás alguém frio e distante, alguém que magoa os outros e nem quer saber. Continuas o mesmo puto e essa talvez seja a única coisa que tenha ficado. Continuas a não saber lidar com as situações a que estás sujeito e a depender dos outros. Continuas a achar que o Mundo é feito á nossa medida e não te preocupas com o que te rodeia. Estou tão desiludida contigo. Se dantes eu passava por ti e fingia nem te ver, agora olho fixamente, só para tentar entender o porquê dessas tuas atitudes. Talvez só assim te sintas capaz de te proteger do resto...ou talvez só assim consigas afastar todos de ti. Não sei o motivo de o fazeres...e sinceramente, também prefiro nem saber. Tenho tantas saudades tuas! Saudades de te ver e correr para os teus braços, saudades de acordar e adormecer sempre com a tua imagem em mim e contigo sempre presente na minha vida. Mas tu mudaste e eu também mudei. Mudamos os dois e por mais que o tempo passe, nada se vai compôr. Já não faz sentido que assim seja. Ao tempo que seguimos caminhos divergentes e ao tempo que os nossos corpos decidiram afastar-se. Só queria que crescesses e que aprendesses as lições que a vida te tem tentado mostrar. Eu sei que um dia isso vai acontecer contigo...e também sei que não vai ser agora. Vai ser mais tarde, quando vires tudo a escapar-te das mãos. Cuida de ti, por mim...é só isso que eu te peço.