voltas ;

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Tinha dito que não escrevia mais para ti. Ou sobre ti. Mas não consigo. Foi estranho. Confuso. Depois de tudo, voltei a ter-te mesmo á minha frente. Desta vez não fugiste. Nem fugi eu. Desta vez não nos deixamos levar por impulsos. Estávamos cercados e nada mais haveria a fazer a não ser falar. Falei contigo. Falaste comigo. Percebi o que sentes. Como te sentes. Percebi que nem sempre fui a melhor pessoa contigo. Não merecias. Nem mereces. És uma pessoa fantástica. Sei que como tu não há igual. Não vale a pena chorar sob leite derramado. O que está feito. Está feito. O que está dito. Está dito. Só digo o que sinto quando escrevo. Às vezes prefiro esconder o óbvio. Ou deixar de dar a entender o que está nas entre-linhas. Tu conheces-me e eu conheço-te a ti. Conheço-te tão bem como a todos os pormenores do meu quarto. Sei o que te faz bem. E o que não suportas. O que te é indiferente. E o que te faz ficar irritado. Temos feitios iguais. Mas no fundo somos diferentes. Sempre deste tudo por mim. E na verdade, não o retribui enquanto pude. Tentei fazê-lo agora. Mas o tempo é escasso. Desiludi-te. E não me desculpo por isso. Por mais vez que finga não te ver, o meu olhar recai sob ti. Conheço-te mesmo estando tu no fim de uma linha  e eu no princípio dela. Sei-te de cor. Tal e qual como me sabes a mim. Por mais coisas que diga, sabes o que sinto e como sinto. Por mais atitudes que tenha, sabes aquilo que me enche o coração. Tu e eu. Eu e tu. Nós. Há tanto para dizer e no entanto, é tão difícil. É difícil falar de ti. Ou de mim. Ou de nós. É complicado que até me faltam as palavras certas. E logo eu, que uso as palavras como forma de me dar a conhecer aos outros e a mim mesma. Não sei o que vai ser o amanhã. Ou se o amanhã vai ser  nosso. Ou só teu. Ou só meu. Mas por agora, vou-te deixar ir. Talvez um dia cá voltes e tudo seja igual. Ou talvez partas, sem deixar rasto do que algum dia nos pertenceu.

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