love*

Hoje precisava de te ver, nem que fosse só por um segundo...precisava de sentir que apesar de tudo ainda há algo que nos liga e que ainda te faz ver o quanto preciso de ti.

Precisava de deitar a minha cabeça sob os teus ombros e de entrelaçar a minha mão na tua, como se fossemos um só...o só que na verdade somos.

Só sei que quando não te tenho por perto, o meu céu é cinzento...aquele cinzento característico dos dias frios , longos e intensos de tempestade.

E há dias em que me apetece ficar em casa, só pelo facto de não me querer cruzar contigo...porque nunca sei como o meu corpo vai reagir, cada vez em que apareces...do nada e nos fazes ser tudo.

Tenho saudades de sentir o teu coração a bater e ainda mais saudades tenho dos tempos em que ficava a observar-te, em silêncio...sem sequer te dares conta disso.

Mas não penses que está tudo bem, porque não está...e não aches que eu preciso de ti, porque vivo bem sem sequer pensar nisso.

Vivo tão bem...que às  vezes me fazes duvidar do que digo...ou do que fingo querer sentir porque a verdade, essa... já tudo e todos a sabem bem... aliás, era impossivel saberem-na melhor.

Há quem diga que o que a boca diz o coração não sente...e é isso que me acontece toda a vez em que ordeno que saias, pela mesma porta que há muito entraste...apesar de não ser o que nenhum de nós quer.

E mesmo sem razão aparente, a verdade é que penso em ti, como penso no que me faz bem...a verdade é que não me sais da cabeça...por mais que os meus neurónios estejam cansados de tanto latejarem por ti.

Só queria que fosses...mesmo que precise de ti ...e queria ainda mais que tudo isto tivesse lógica...a lógica que nunca vai ter.

E a culpa é tua, sabes? A culpa é toda tua, não só por fazeres isto em mim, mas também por me deixares da forma como eu sei que gostas de deixar.

Estás preso em mim da mesma forma que os ladrões estão nas cadeias...e por mais que estejas inocente, e que devas sair ...há sempre algo que te volta a incriminar e que te faz voltar ao mesmo de sempre.

É mais do que uma rotina, é mais do que um cíclo vicioso...é mais do que sei lá eu dizer.

Talvez um dia eu consiga fazer com que tudo isto tenha uma explicação, mas até lá, vou mostrar-te exactamente o oposto daquilo que sabes ser em mim...porque mais confuso do que isto é...é de todo impossível ser.