live.

Já devia ter escrito sobre isto. E ainda não escrevi. A verdade é que ando sem tempo. E sem paciência. E a minha inspiração fugiu. Sei lá eu para onde. Fugiu e levou-me com ela. Sabe-se lá porquê. Há dias que este assunto não me sai da cabeça. E há meses que tu não sais de mim. Ando perdida.  E baralhada. Confusa e desnorteada. E a verdade é que estou mortinha para que cheguem as férias da Páscoa. Não só porque vou finalmente sair daqui. Mas também porque vou voltar ao único lugar onde nada me falha. E onde encontro tudo. Sozinha sei que não estou. E que não vou estar nunca. Apesar de às vezes sentir que já nada faz sentido e que qualquer passo que dê seja em vão. E quanto a ti e a mim, não sei, não sei o que há por dizer ou se ainda há que dizer. Mesmo quando os meus olhos fingem não te ver, há algo que constantemente me mostra que estás lá, perto de mim. Conheço-te bem demais. E talvez esse seja o problema. Conheço-te e sei como é o teu feitio. E tu conheces-me e sabes como é o meu. Por vezes dá-me vontade de pegar em tudo e reconstruir capítulo a capítulo, de forma a tornar as coisas mais fáceis e decerta forma melhores. Ando de mal com o Mundo. E o Mundo anda de mal comigo. Fechei-me em quatro paredes. E só vou sair delas quando o amanhã for melhor. Ou quando tudo estiver bem. A verdade é que nada está. Por mais que finga que está sempre tudo a 100 % , a verdade é que as coisas têm sido cada vez mais complicadas. A culpa é minha. Deixei chegá-las a este estado. Já nem me reconheço. Já não sei o que é de mim ou o que me deu. Precisava de encontrar um porto seguro. Um porto que por mais longínquo que seja, me faça bem e me recomponha. Talvez amanhã acorde e faça tudo de uma forma diferente. Ou talvez não. Mas por agora, vou deixar o tempo correr, á medida que ele quiser, sem eu pressionar ou tentar alterar o rumo que as coisas devem tomar por si sós. Vou deixar tudo andar e depois não sei, o que vai restar de mim.