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Hoje vi-te e pensei em ti, de uma forma completamente oposta à dos dias que se antecederam...hoje pensei como se estivesse no teu lugar e de certa forma inverti os nossos papéis, para que desse modo conseguisse perceber-te e entender o que desde sempre me queres mostrar.

E sinceramente, depois de ter reflectido sobre tudo o que nos liga...eu não te mereço, essa é a verdade.

Não te mereço , nem mereço a pessoa que és comigo, ou aquilo que todos os dias fazes por mim ou por nós.

Eu trato-te mal e magoo-te e ainda assim mostras-me o quanto gostas de mim, ou o quanto te faço bem e isso é das coisas mais bonitas que alguma vez vi alguém fazer seja por quem for.

Acho que só quando estou sozinha é que consigo escrever para ti e dizer-te aquilo que sinto dentro de mim, que tem tendência a ser o inverso do que as minhas acções demonstram.

Eu sou difícil de perceber e tu sabes isso tão bem...sabes tão bem que me consegues entender mesmo quando o que eu digo se torna no que mais temo.

Tenho medo de te perder...medo de ficar sem ti, medo que um dia a nossa história acabe , por minha causa e medo de não poder voltar a ter-te, como sempre tive, ou a sentir-te em mim, da mesma forma que sempre senti.

Habituei-me a ti e nunca to disse, habituei-me ao facto de sermos um só, por muito que os nossos feitios choquem ou que nos magoemos constantemente um ao outro.

E custa-me...e custa-me muito, toda a vez em que te olho nos olhos e sinto que causei mais uma ferida, por culpa minha, ou que sinto que te estou a afastar, sempre que sou dura de mais naquilo que digo.

E por muito que eu não queira, por muito que tenha um medo tremendo de ficar sem ti...a verdade é que secalhar afastei-te e mesmo tentando tu vezes e vezes sem conta recuperar o que nos pertence, voltas atrás, porque já não sabes o que ainda nos fazer.

Mas mesmo assim, mesmo depois de tudo, eu sinto um conforto tão grande cada vez em que me abraças, ou que me dizes que sou tudo...sinto uma alegria enorme quando olho para o lado e lá estás, mais uma vez, comigo.

E essa é uma das principais razões pelas quais eu ainda acredito, ou ainda continuo a caminhar, sem desistir.

Sei que nunca te disse nada disto, mas mesmo que por vezes me mostre indiferente ao facto de ficar sem ti, ou não...eu sinto-me mal...mal da mesma maneira que os pais se sentem quando os filhos têm de partir, porque a vida assim o obriga.

Gosto das horas que passo a teu lado e gosto ainda mais das coisas que juntos somos capazes de construir.

E outra coisa que me faz bem é olhar para trás e reparar em cada detalhe que nos caracteriza e que de certa forma fortalece o que ainda nos liga.

Tu és a minha vida, és o meu Mundo e eu vou continuar sempre a lutar por ti e por nós, mesmo que o meu feitio tenha tendência a estragar tudo.

E por agora vou dormir...revoltada comigo mesmo e com aquilo que te faço, sem mereceres, sem teres culpa nenhuma.

E ser mais doida por alguma coisa do que eu sou por ti, podem todos tirar o cavalinho da chuva porque ninguém o consegue ser.

E a cada dia que passa, mais a vontade que tenho de estar contigo aumenta e mais necessidade tenho de acompanhar os teus passos, da mesma forma que os pais têm de acompanhar os dos seus filhos.

E hoje , com toda a certeza do Mundo, digo-te : Nada do que construímos até aqui foi em vão e por mais coisas que aconteçam, por mais barreiras e entraves que a vida nos coloque no caminho, já sabemos de cor o rumo que as coisas vão tomar.

E amanhã não sei, o que amanha vai ser de nós, amanhã não sei como vamos ficar, mas por agora talvez te vá deixar ir...tendo a consciência de que não é o que nenhum de nós quer.
Mas chegou a hora de me afastar de ti...de me afastar do que é nosso ou do que é teu.
E estas são mesmo, as voltas que a vida dá.