'Luís'

Hoje lembrei-me de escrever sobre uma história, a nossa história.
Como tudo começou?
Ainda me lembro, foi uma conversa banal, um pedido para te mandar as fotografias de um jogo, bem, pouco importa, mas foi assim que tudo começou.
O tempo foi correndo e algo mais surgiu, fomos criando laços fortes, laços de irmãos, conhecias-me como ninguém, tal como eu a ti.
Foste estando lá, sempre, quer para me ouvir, quer para me apoiar, ou até mesmo estender a mão quando caí.
Estiveste lá para me abraçar quando estava sem força e conseguiste fazer muita diferença na minha vida.
Entendias os meus defeitos na perfeição e sabias de cor todas as minhas facetas e virtudes.
E durante um tempo, assim vivemos, assim éramos tudo um para outro , assim algo mesmo único foi criado entre nós, algo que não me deixava estar longe de ti, algo que não me deixava ficar sem o teu olhar, sem o teu toque, sem o teu beijo, sem o teu cheiro, ou até, sem um simples gesto teu .
Comecei a depositar tudo em ti e chegou uma determinada altura em que disse “ Eu ponho a minha vida nos teus braços e o meu coração nas tuas mãos”.
Sabes, nunca me esqueci desta frase e ela ainda me vem á cabeça imensas vezes.
Acho que nunca entendeste bem o significado dela, mas eu sei que um dia se te lembrares disto, vais perceber a mensagem.
Queria dizer que depositava tudo em ti e que sabia que melhor do que ninguém irias saber cuidar de mim como se estivesses a cuidar de ti e do meu coração, como se fosse o teu.
Mas não o fizeste e foi isso que me desiludiu, foi isso que me magoou e que me destrui aos poucos por dentro, em silêncio.
Não penses que estou a culpar-te, porque não estou, a culpa não foi tua, foi nossa.
Não te critico e muito menos te censuro por teres posto o teu estágio á minha frente e á nossa frente, eu sei a importância que ele tinha para ti.
Mas foi isso que acabou com o que nós tínhamos, foi isso que aos poucos matou o que do nosso amor restava. 
E ainda hoje lamento, não ter tido uma última conversa contigo, uma conversa definitiva.
E confesso, houve tempos em que ainda acreditei que o ‘nós’ nunca se tinha desvanecido, acreditei numa 2ª oportunidade, mas tal como as esperanças, foi tudo (mais) uma mera ilusão.
E eu lutava, em silêncio, mas lutava pelo pouco que ainda sabia que havia, pelo pouco que ainda nos ligava. 
E houve tempos em que chamava por ti, mas tu não estavas, houve tempos em que passava pelo nosso sítio e me lembrava de ti, houve tempos em que passava tardes deitada na cama, a olhar para as nossas fotografias e a pensar como seria se estivéssemos de novo juntos.
Tu não tens a noção de quantas lágrimas me caíram do rosto, de quanto tempo fiquei á tua espera, ou até de quanto tempo olhava para o teu nome no msn só á espera que me viesses falar.
Eu sei que o meu orgulho também estragou muita coisa e que ele ainda hoje fala mais alto, mas eu sou assim, tu sabes.
E hoje, já encaro tudo de uma outra maneira porque como tu próprio dizes “O que passou, passou e o que lá vai, lá vai”.
E eu sei que já sou capaz de fechar este capítulo da minha vida da melhor forma, sem ressentimentos, sem mágoas, até porque como sabes, és das pessoas mais importantes da minha vida.
E eu adoro a cumplicidade que ainda temos e adoro saber que estás sempre lá para me ouvir.
E quanto ao nosso amor?
"Enterrei-o no fundo do mar, para que tal como os meus sentimentos fique para sempre lá guardado, onde nunca ninguém o irá encontrar."
(ESTE TEXTO,  JÁ NÃO FAZ SENTIDO)